APRENDENDO A DELEGAR TAREFAS

APRENDENDO A DELEGAR TAREFAS

“Tendo chamado os seus doze discípulos, deu-lhes Jesus autonomia sobre espíritos imundos para os expelir e para curar toda a sorte de enfermidades” (Mt 10:1)

Jesus era o enviado de Deus, e todo o seu poder emanava do Pai (Jo 3:35), e disse-nos mais João: “o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho semelhantemente o faz (Jo 5:19). Fica clara aqui a importância do exemplo, quando se trata de ensinar e delegar tarefas. Deus, exemplo primeiro e fonte de todo o poder, delegou a Jesus a tarefa de vir ao mundo em seu nome, trazer a Lei de Amor, que veio complementar a Lei de Justiça de Moisés. Para alcançar sua tarefa, por sua vez Jesus teve que constituir uma equipe, até porque sua permanência na Terra foi curta, e ele já sabia disso de antemão. Longe de buscar os letrados ou ilustres, buscou-os entre homens comuns, do povo. Preferiu o barro virgem, mais fácil de moldar, o livro em branco, com tudo ainda a escrever. Os discípulos eram cheios de defeitos, mas Jesus os trabalhou, pacientemente, através do exemplo e da tolerância. Mesmo ao final doutrinamento eles pareciam despreparados. Sequer conseguiram acompanhar Jesus em sua vigília, após a Santa Ceia, caindo no sono por duas vezes. (Mt 26:40, 43). Pedro, apesar de jurar fidelidade incondicional (Mt 26:33, 35), negou Jesus por três vezes (Mt 26:70, 72, 74). Com a defecção de Judas, que se suicidou por não suportar a culpa da traição, o time dos doze foi acrescido, após um tempo, por Paulo de Tarso, antes um perseguidor de cristãos que se denominava Saulo, até se converter, às portas de Damasco (At 9:1-19). Esta equipe e outros menos conhecidos, treinados por sua vez pelos apóstolos, formou uma rede que veio cruzando o planeta desde então até os nossos dias, espalhando o Evangelho. Eis o maior de todos os exemplos de delegação de poderes da humanidade em todos os tempos.

Na nossa vida, sempre que precisarmos espalhar uma ideia ou delegar atribuições, tenhamos em mente que o exemplo, junto com o valor intrínseco da ideia são os principais componentes para o seu sucesso, acima de qualquer outro fator.

Do livro “A Filosofia na Bíblia”

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