quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

A CONTINUIDADE E A EVOLUÇÃO; A JUSTIÇA E O AMOR








“Amar a Deus sobre todas as coisas e não ter outros deuses. Não fazer ídolos nem imagens para adorar. Não tomar o nome de Deus em vão. Descansar no sétimo dia e dedicar esse dia a Deus. Honrar pai e mãe. Não matar. Não cometer adultério. Não furtar. Não dar falso testemunho contra seu próximo. Não cobiçar as coisas de seu próximo” (Ex 20:1-17)
“Não penseis que vim revogar a Lei e os Profetas, não vim para revogar, vim para cumprir... Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no Reino dos Céus.” (Mt 5:17, 20)
“Amarás o Senhor teu Deus, de todo o coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.” (Mt 22:37-40)
Jesus inaugurou uma nova era dentro da história da humanidade. Ela se divide em a.C. (antes de Cristo) e d.C. (depois de Cristo), e não é por acaso. Se os judeus contam os anos desde Moisés e os árabes desde Maomé, o mundo todo acabou por adotar o calendário cristão, mostrando sua relevância para a humanidade. O cristianismo abriga cerca de 28% da humanidade, mas ele é reverenciado dentro do islamismo, que conta com outros 22% e suas ideias estão presentes no budismo, no confucionismo e no hinduísmo.
No começo, era “cada um por si”. Com a evolução da humanidade, Moisés veio implantar a Lei da Justiça, o Torá, que dizia “um olho por um olho, um dente por um dente”. Pode parecer estranho, mas já era um avanço, limitando a vingança ao tanto de dano sofrido e, ainda hoje, muitos não respeitam este limite. O Torá era a lei civil do povo judeu. Paralelamente, os Dez Mandamentos vieram estabelecer a Lei Divina, um código moral de conduta, sendo os primeiros quatro mandamentos voltados à espiritualidade e os seis restantes, voltados ao respeito com o nosso próximo e seus bens e propriedades.
Cerca de 3760 anos depois, a humanidade avançava e Jesus, sem remover qualquer destes mandamentos, veio ampliar seu alcance, apesar de resumi-los a dois mandamentos, e mais, disse-os iguais entre si. Não se pode amar a Deus a não ser através de suas criaturas. Ampliou ainda este conceito ao dizer que “sempre que o fazes a um destes pequeninos irmãos, é a mim que o fazes” (Mt 25:40). Quanto ao Torá, a lei civil, esta sim foi substituída. Não mais o “olho por olho” (Mt 5:38), mas o “amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mt 5:44). Abre assim, o homem, mão do direito de exercer a justiça em nome do orgulho: “Guardai-vos de exercer vossa justiça diante dos homens com o fim de serdes vistos por eles” (Mt 6:1) e passa a perdoar “Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: ‘Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?’ Jesus respondeu: ‘Eu digo a você: Não até sete, mas até setenta vezes sete vezes’.” (Mt 18:21-22). Esta evolução, que ainda hoje, passados dois mil anos não se completou, representa uma mudança de patamar. Moisés veio implantar um mundo onde a Justiça se impunha à barbárie, enquanto Jesus veio ampliar o sentido desta Justiça, não revogá-la, mas ampliá-la com o concurso do Amor.
Como o perdão pode ser relacionado à Justiça? A justiça seria obtida pela vingança, no entendimento anterior. No novo entendimento, percebemos que Deus, que pode tudo, é justo e nos ama, não poderia permitir que um irmão fizesse mal ao outro, se não fosse merecido. O mal que sofremos tem origem nos nossos atos. Sendo Deus, além de justo, bom, usa este sofrimento a nosso favor, ajudando-nos a mudar o que temos de errado. Assim, o “mal” que nosso irmão nos fez, é, na verdade, um bem, pois além de justo, é útil. Porém, aquele que o faz não está isento de culpa, como Jesus nos explicou: “Ai do mundo por causa dos escândalos; porque é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual ele vem” (Mt 18:7). Se não houvesse ele errado, nosso aprendizado viria por meios naturais, o que faz com que ele deixe de ter contas a nos prestar, embora as tenha com Deus. O irmão que erra prejudica a si mesmo, como nós, que somos, assim, os responsáveis por nosso sofrimento, não podendo jamais atribuí-lo ao outro ou tomar-lhe contas disso.
Eis a nova justiça do Cristo em toda a sua compreensão. Nada revogado, mas tudo ampliado.

Trecho do livro “A filosofia na Bíblia”.
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terça-feira, 30 de janeiro de 2018

DIANTE DAS REFORMAS

Você já reformou sua casa? Dá arrepio só em pensar! Poeira, barulho, despesa, transtorno. Quando termina de quebrar, parece que nunca mais vai ficar bom, que não tem conserto. A mesma coisa quando se leva o carro na oficina e o mecânico desmonta tudo, ou quando se recupera de uma cirurgia. O sofrimento nunca passa, mas tudo isso tem uma causa e uma consequência que faz valer a pena. Se você confia no arquiteto, no mecânico e no cirurgião, suporta bem melhor o período de turbulência, não é?
Na nossa vida acontece o mesmo. Percalços, privações, insucessos, desilusões, perdas, sofrimentos. São as paredes velhas caindo para dar lugar às novas. A janela “podre” é retirada e deixa o espaço vazio, parecendo desprotegido, mas a nova em seguida vem ocupar o seu lugar. Mais forte, mais bonita, abre e fecha com perfeição, sem frestas, sem ruído e sem trancar. Assim também a vida faz conosco. Às vezes, a golpe de marreta, com estrondos que fazem a casa tremer. Lembre-se do resultado final esperado. Resista à negatividade. Abra mão do que não lhe serve ou não lhe convém. Conserte o carro antes de ficar parado na estrada, extirpe o tumor antes que este lhe devore o corpo. Confie em Deus e suporte o sacrifício, pois vale a pena.

                   --//--

O velho e imprestável tem que dar
lugar ao novo, que funciona bem.
não se apegue àquilo que a vida
lhe tirar, algo de melhor vem aí

Trecho do livro “Diante da vida”.
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segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

PARÁBOLA DOS TRABALHADORES DA VINHA (MT 20:1-16)
Não julgar; a inveja; não se comparar aos outros; importa atingir os objetivos, se esforçar e estar sempre pronto; a paciência; a fé
Na parábola dos trabalhadores da vinha, também conhecida como dos trabalhadores da última hora, Jesus nos conta que o dono da vinha saiu de madrugada para encontrar trabalhadores e contratou alguns, a um denário por dia. Saindo outras vezes em outros horários, encontrou trabalhadores ainda sem ocupação e contratou-os, prometendo justa remuneração. Na última hora, encontrando ainda gente sem trabalho, perguntou-lhes porque não estavam trabalhando e eles lhe responderam - “Porque ninguém ainda nos contratou”. “ide vós também para a vinha”, disse-lhes, e eles foram. Ao final do dia, começou o pagamento por estes últimos, dando-lhes um denário a cada um. Ao chegar aos primeiros, estes esperavam receber mais, por terem chegado mais cedo, mas o denário que havia sido ajustado foi o que receberam. Ficaram insatisfeitos, dizendo ser injusto receberem o mesmo que os últimos, que trabalharam menos. O proprietário da vinha lhes respondeu que este era o pagamento ajustado, portanto nada tinham a reclamar e que o que fazia do próprio dinheiro não era da conta deles, que foram obrigados a se calar, por falta de argumentos.
O que se aprende nesta parábola? Múltiplos e importantes ensinamentos podem ser extraídos dela:
- Não preste atenção nos ganhos dos outros, não os inveje, cuide de si mesmo. O que é seu é o que lhe compete avaliar. A inveja e a cobiça são criticadas por Jesus. Se não ficassem reparando nos outros, estariam felizes com a paga recebida e acabaram tristes. Ao julgar a atitude do proprietário extrapolaram os limites e foram repreendidos.
- Esteja sempre pronto a ser chamado, tenha fé e paciência. Se não tivessem paciência e fé, poderiam ter desistido e perdido a oportunidade, mas como aguardaram até o fim do dia, pacientemente e acreditando na oportunidade, esta chegou e os encontrou prontos a aproveitá-la. Não desanimaram ao se verem ficando para trás, confiaram e receberam a recompensa ao final do dia, e com pagamento integral.
- As oportunidades se renovam a cada momento. Observe que, antes de os contratar, o proprietário da vinha pergunta porque não estavam trabalhando. Se fosse por preguiça ou desinteresse, não seriam chamados, se os tivesse chamado antes e não fossem, talvez só surgisse a chance no dia seguinte.
Estejamos sempre prontos e confiantes, pois a nossa hora vai chegar. Cuidemos do que nos compete, pois se ficarmos nos comparando aos outros, trocaremos a satisfação pela intranquilidade.


Trecho do livro “A moral cristã vista pelas parábolas de Jesus”.

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OS MILAGRES



Não espere por milagres, faça com que eles aconteçam. Quando tudo parece perdido, reze. Para Deus nada é impossível. Ao contrário, a saída já está lá. Ao rezar, você sintoniza com Deus e acha a solução, tudo dentro das Suas leis. Se nós pudéssemos entender estas leis, jamais desanimaríamos, pois elas são a garantia do sucesso. “Nenhuma ovelha se perderá”, nos garantiu Jesus. Chamamos milagre aquilo que não entendemos.

Do livro “Tudo vem de Deus”.
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sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

O QUE É LÍCITO, O QUE NOS CONVÉM E O QUE NOS PERDE

“Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que provém da boca de Deus” – Jesus (Mt 4:4)
“Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno” – Jesus (Mt 5:29)
“Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé? Portanto, não se preocupem, dizendo: 'Que vamos comer?' ou 'Que vamos beber?' ou 'Que vamos vestir?' Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas. Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas serão acrescentadas a vocês. Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal.” – Jesus (Mt 6:30-34).
Através da leitura destes trechos do Evangelho, e tantos outros poderiam ser citados, Jesus nos demonstra a primazia do espírito sobre a matéria, a transitoriedade desta última frente à perenidade do primeiro. É bem conhecido que o Mestre pregava que o seu reino não era deste mundo e que nos aconselhava a provisionar os tesouros “nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração.” (Mt 6:20-21). Demonstra nestas frases, em especial no segundo texto acima, que as necessidades materiais, se não forem bem administradas, nos colocam em risco a evolução espiritual, que é a que conta. São as chamadas “tentações”. Na verdade, naqueles momentos temos que fazer escolhas entre atender aos desejos da matéria ou à vontade do espírito.
No início, temos instintos, que prevalecem e prescindem de escolhas. Os instintos não nos levam a erro, pois vêm de Deus. A natureza material é soberana e promove a sobrevivência do corpo e da espécie. Instinto de sobrevivência preservação da espécie, de comer quando temos fome, etc. à medida em que evoluímos, aparecem as opções, surgem os desejos, o certo e o errado, a responsabilidade. Não só matamos a fome, mas escolhemos o que comer e, por vezes, escolhemos mal, castigando o nosso corpo e produzindo doenças. Não só preservamos a espécie, mas fazemos sexo por prazer e, às vezes abusando dele e da nossa companhia. É nestes momentos que a evolução começa a se dar de forma diferente entre os indivíduos, conforme as escolhas que fazemos. Trazemos dentro de nós a consciência para apontar o certo e o Livre Arbítrio, para decidir e, por isso, somos responsáveis por estas escolhas, cada vez maiores à medida em que evoluímos. A liberdade e a responsabilidade crescem em paralelo. Neste ponto surgem as opções que nos conduzem a privilegiar a materialidade, que dá resultados de curto prazo ou a espiritualidade, que nos conduz a resultados mais duradouros. Atender às reais necessidades do corpo é lícito e necessário, visto que ele nos foi concedido como casa temporária da alma, como instrumento para viver estas mesmas experiências. Ter prazer também é permitido, mas não a qualquer preço. Ninguém se fará mais evoluído por flagelar o corpo ou simplesmente abrir mão do que lhe dá prazer. São as escolhas que fazemos que nos conduzem. Ter prazer às custas do sofrimento alheio ou do prejuízo da nossa saúde é que se constitui em problema. Jesus não nos manda arrancar o olho, a não ser que ele seja a causa do nosso tropeço. Diante das escolhas que a vida nos oferece, devemos avaliar se é lícito e se nos convém. A primeira parte diz respeito às leis do mundo, a segunda às leis de Deus. Por exemplo, fumar e beber não infringem a lei dos homens, mas fazem mal à nossa saúde, enquanto a maconha e a cocaína, por exemplo, além disso são ilegais. Por vivermos em sociedade, temos a obrigação de acatar as leis, submetendo-nos a elas, mas, como vimos acima, nem tudo o que é lícito nos convém. Além da obrigação de cumprir as leis, temos o dever de escolher o que nos faz bem, não o que nos faz mal. Destas escolhas resultará a nossa evolução e, à medida em que evoluímos, mereceremos mais felicidade. Digamos que a escolha é entre semear a semente ou comê-la. Semeando dará frutos a seu tempo, enquanto comendo-a toda, teremos o prazer imediato e a falta no futuro. A vida se resume a isto: boas escolhas nos farão felizes, más escolhas nos darão prazer imediato e sofrimento no futuro.
Trecho do livro “Simplificando sua vida”.
Página www.facebook.com/diantedavida

PERDAS E GANHOS DA VIDA MODERNA

PERDAS E GANHOS DA VIDA MODERNA
“Quem acha a sua vida perdê-la-á, quem, porém, perde a vida por minha causa achá-la-á” – Jesus (Mt 10:39).
Em um passado cada vez mais distante das nossas lembranças, e que ainda persiste em lugares remotos e pobres, a vida era bem diferente da que vivemos. Pense na vida de seus avós, de quem vive no campo, bem no interior ou dos mais pobres de todos, em países da África, por exemplo. Sem internet, sem celular, sem TV a cabo, muitas vezes sem TV! Sem aparelhos elétricos ou eletrônicos que hoje não faltam em casa alguma, às vezes sem eletricidade ou água encanada. Dá arrepio só de se imaginar vivendo assim, não? As comodidades da vida moderna facilitam o nosso dia a dia e nos dão conforto. Poupam tempo e acrescentam opções ao nosso lazer. Porém, junto com elas veio uma busca incessante por ter cada vez mais, uma agonia em querer cada vez mais. É natural, pois tudo o que é agradável vicia e as indústrias que desenvolveram estas facilidades dependem disso para ter lucro. Esta ansiedade acaba nos roubando a paz e impedindo de usufruirmos deste prazer, muitas vezes. Em vez de ficarmos felizes pelo que temos, ficamos tristes por tudo o que não temos. Criamos falsas necessidades e trabalhamos cada vez mais. Apesar de que a tecnologia nos poupa tempo, não temos mais tempo para nada!
Já reparou que as pessoas mais miseráveis têm um ar mais feliz e tranquilo do que os ricos, sempre estressados e com medo de perder o que têm, angustiados em ter cada vez mais? Naquele lugar distante, seja no tempo ou no espaço, em que a vida era mais simples, as necessidades eram mais fáceis de satisfazer. Após um cansativo dia de trabalho, chegar em casa, reunir a família para a refeição, comida “de verdade”, todos juntos. A obesidade era rara. Ficar todos juntos, conversar, conviver, contar como foi o dia, trocar experiências, ouvir os filhos. No máximo um radinho ou uma pequena TV para se atualizar do mundo ou ouvir música. Depois, banho e cama, pois no outro dia, era correria. Dormia-se melhor, sem necessidade de remédios! O dia perfeito, o sono reparador e prontos para o novo dia. Hoje, ao contrário, a ansiedade muitas vezes nos aprisiona. Cada um come na hora que pode, um lanche que está longe de ser saudável (ou gostoso como a comida do fogão à lenha), a saúde se deteriora junto com a qualidade de vida. E come-se olhando para o celular! Depois, uma tela maior, seja o tablete, o computador, o notebook ou a smart TV de muitas polegadas. Não se conversa mais, pois atrapalha o outro. No máximo frases curtas, meras trocas de informações. Sabe-se mais da vida de quem está longe do que daqueles com os quais convivemos. É como um “diabetes emocional”.
As facilidades do quotidiano nos poupam tempo, mas, em vez de dedicarmos este tempo a nós e aos que amamos, dedicamos este tempo... “às facilidades do quotidiano”. O tempo que a lavadora de roupas nos salva não é dedicado a curtir aos que amamos, mas à tecnologia. É um contrassenso. Poderíamos unir as coisas boas de ontem e de hoje. Imagine o estilo de vida do passado com as facilidades do presente, não seria o máximo?
Augusto Cury, psiquiatra, pesquisador da mente e escritor disse se espantar com o fato de que temos dificuldade em nos entreter, apesar do desenvolvimento da indústria do entretenimento alcançar níveis nunca imaginados. Creio ser exatamente o contrário. O excesso de opções gera a insatisfação e a ansiedade. O diabético, por excesso de exposição ao açúcar precisa de cada vez maior quantidade de insulina para responder ao estímulo e nós, expostos a tudo isso, buscamos cada vez mais. É chamado pelo pesquisador de “fenômeno de psicoadaptação”. Se você tiver um bom mundo interior, não necessitará de tanto estímulo exterior para se divertir, mas o excesso de estímulos exteriores nos distrai do mundo interior. Cury chama isso de “síndrome da exteriorização existencial”. Esta necessidade de “ter” sempre mais nos leva a “ser” cada vez menos. A busca do lucro leva a uma cultura frenética por novidades, e elas se sucedem tão velozes que sequer temos tempo de aproveitá-las. Sabemos cada vez mais sobre o mundo e menos sobre nós mesmos. Não nos permitimos “a arte de admirar o belo”, usando mais uma vez Cury como fonte.
Reduzir o nosso ritmo de vida pode nos dar o tempo para aproveitar o que temos e não usamos porque “não temos tempo”. Use a tecnologia a seu favor, não seja escravo dela. Lembre-se que a matéria é passageira, os valores espirituais são os que permanecem.
Do livro "Simplificando a sua vida"

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

A HUMILDADE


“Aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu” – João Batista (Mt 3:11)
"Bem-aventurados os humildes, pois deles é o Reino dos céus”. (Mt 5:3)
“Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros, serão últimos" (Mt 20:16)
“Naquele momento, os discípulos chegaram a Jesus e perguntaram: ‘Quem é o maior no Reino dos céus?’ Chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: ‘Eu asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus’.” (Mt 18:1-3)
“Jesus os chamou e disse: ‘Vocês sabem que os governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo, e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo; como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos’." (Mt 20:25-28)
“Pois todo o que se exalta será humilhado, e o que se humilha será exaltado". Lc 14:11)
Entre outros inúmeros locais na Bíblia selecionei estes para ilustrar a questão da humildade.
João Batista era aclamado como santo pela população, embora incomodasse aos poderosos, por ser franco e crítico. Jesus era, então, um completo desconhecido de todos. Ainda assim, João sabia que sua missão era de precursor do Cristo e agiu com humildade, quando Jesus apareceu. Jesus, no Sermão da Montanha, em meio às Bem-aventuranças, prometeu o reino dos céus aos humildes (pobres em espírito), colocou os últimos em primeiro lugar, sugeriu-nos ser como as crianças, que servíssemos em vez de sermos servidos e alertou que quem se colocar acima da sua posição será colocado no seu devido lugar, enquanto quem se mantiver na obscuridade será revelado com honra no momento certo.
Humildade não é se humilhar, se desvalorizar, se submeter, isto chama-se humilhação. Humildade é colocar-se no seu devido lugar, ocupar a posição que lhe cabe, com naturalidade, sem esforçar-se para aparecer. O oposto dela é o orgulho, provavelmente o causador da maioria dos nossos problemas. Orgulhoso é quem tenta ser mais do que é, ocupar posição de destaque sem merecimento. O orgulhoso é sensível a qualquer crítica, julga-se sempre ultrajado quando não lhe adulam o ego. Acha que todos os direitos são seus e todos os deveres pertencem aos outros. João Batista era quem ocupava o lugar de destaque quando Jesus surgiu, mas prontamente cedeu-lhe o lugar, enquanto Jesus, o mais famoso ser vivo que já pisou o planeta Terra, que se intitulava filho de Deus, passa humildemente pelo ritual do batismo, como um qualquer e porta-se, ao longo da sua trajetória sempre como uma pessoa desprovida de poder, mesmo quando ofendido, preso e martirizado. Lava os pés dos discípulos na Santa Ceia para ensinar-lhes, na prática que ninguém é grande demais para servir ou pequeno demais para ser servido. Como resultado de suas atitudes, é reverenciado até hoje e sua mensagem atinge à maioria da humanidade, dois mil anos após a sua morte.
Trecho do livro “A filosofia na Bíblia”.
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terça-feira, 23 de janeiro de 2018

O OPORTUNISMO E A HIPOCRISIA




“E eram por ele (João Batista) batizados no Rio Jordão, confessando seus pecados. Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes: ‘Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mt 3:6-8)
Os fariseus e saduceus eram conhecidos à época do Cristo por seus gestos exteriores, pois cumpriam rigorosamente os rituais da sua religião, mas, nos atos do quotidiano agiam de forma contrária aos preceitos desta. Quando João Batista começou a batizar no Rio Jordão aos que confessavam seus pecados, eles se juntaram àqueles, mas sem mudar o seu comportamento. Viam no batismo uma forma de se livrarem das culpas sem precisar mudar o comportamento.
Ainda hoje temos fariseus no nosso convívio. São os que julgam poder enganar a todos com gestos exteriores. Até podem enganar a alguns, por algum tempo, mas não poderão enganar a todos o tempo todo e muito menos a si próprios. Não serão o que aparentam ser. Aproveitam toda a oportunidade de aparecer e parecer corretos para levarem vantagem, mas, em sua essência, são fraudes. Com o tempo, este verniz descasca e a verdade aparece, para vergonha deles.
O que você pretende de sua vida? Se pretende mudar, revise seus conceitos e atitudes, não a aparência e os atos exteriores. Seja fiel a si mesmo, evitando a ilusão, pois a ela segue-se a desilusão!

Do livro "A filosofia na Bíblia"
também disponível na página www.facebook.com/diantedavida

NOVIDADE!

livro "A FILOSOFIA DA BÍBLIA" começa a ser publicado!

Introdução
A Bíblia é o livro sagrado de muitas religiões. Bilhões de pessoas leem a Bíblia e cem que tudo o que está escrito nela é verdade imutável. Poucos, porém, buscam extrair destas palavras lições de vida para aplicar no quotidiano. A intenção deste livro é “espremer” o conteúdo destas palavras e transformá-lo em ensinamentos práticos para o dia a dia. A Bíblia tem dentro de si vários conteúdos. É, a um só tempo, um relato histórico do povo judeu; uma demonstração do poder de Deus, destinado a convencer as pessoas a crerem nele; um manual de conduta, estabelecendo regras rígidas de comportamento; um livro de poesias, com os Salmos e Provérbios e os diversos cânticos nela contidos; um livro de amor, com o amor de Jesus pela humanidade; e um repositório de ideias que nos levam a pensar. É este último aspecto que vamos explorar. Dentro desta visão, o conteúdo analisado vale, não por sua origem, mas pelo conteúdo intrínseco. Não analisaremos “quem” disse, mas “o que” foi dito. Convidaremos o leitor a esmiuçar, desapaixonadamente a validade das ideias apresentadas, refletindo e, se for o caso, aprendendo e incorporando-as ao seu comportamento diário. Não se trata de um livro sobre religião ou milagres, mas sobre ideias e atitudes. Leia-o independente de crer ou não em Deus, qualquer que seja a sua religião ou mesmo que não tenha uma. Basta crer que devemos agir corretamente em benefício da coletividade e não de forma egoísta, o “cada um por si” sem o “e Deus por todos”. Não partiremos do princípio de que tudo o que está na Bíblia está certo só por estar ali, mas buscaremos avaliar seu conteúdo e seu mérito. Eu tenho a minha religião, mas buscarei coloca-la o mínimo possível dentro desta análise, que busca analisar ideias e atitudes que possam nos ajuda a ser mais felizes.
Boa leitura!
Trecho do livro “A filosofia na Bíblia”.
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