A LIBERDADE E A
RESPONSABILIDADE, A CONSCIÊNCIA E O INSTINTO
“O Espírito dorme no
mineral, sonha no vegetal, agita-se no animal e desperta no homem” – Léon Denis
O mineral tem grau
de liberdade zero, assim como não tem responsabilidade ou consciência. Apresenta
padrões de cristalização que lhe são característicos, meramente submetendo-se
às leis da física, esquenta ou esfria, conforme o ambiente, nada consumindo ou
produzindo. É um estágio inicial, primitivo da matéria. No vegetal já há o
princípio vital. Além das leis da física, aplicam-se as leis biológicas. As
plantas interagem com a natureza, mas o automatismo faz com que consuma e
produza de acordo com o programado. Interage com o ambiente, há atividade, mas
o grau de liberdade é virtualmente nulo.
No animal, aumenta a
atividade. O automatismo é substituído pelo instinto. Seus atos obedecem a
diretrizes, mas começa a surgir a escolha, ainda que sem consciência. Isto
ocorre de acordo com o grau de desenvolvimento das espécies, aumentando com
ela. Nos animais domésticos identificamos, inclusive, afetos, claras escolhas,
ainda que com pequeno grau de liberdade e, consequentemente, de
responsabilidade.
Minerais, vegetais e
animais são regidos pelas leis naturais de Deus, e não possuem livre arbítrio,
embora este aflore incipiente, rudimentar e limitado, nas espécies superiores.
A espécie humana é o ápice da criação na Terra, diferenciando-se dos demais,
não apenas pela complexidade do raciocínio e a presença do pensamento
imaterial, mas pela consciência de si mesmo. Adquiriu, pela evolução, um grau
de liberdade superior aos demais seres do planeta. Apesar de ainda possuir
instintos (de preservação da espécie e do indivíduo, para exemplificar), que o
fazem buscar a proteção, sobrevivência e reprodução, entre outras
características, estes instintos já são submetidos à vontade.
Há quem julgue os
animais como mais evoluídos, ou “melhores” do que os humanos, por não cometerem
erros que cometemos. Discordamos desta opinião, porque os animais, não tendo
consciência ou liberdade como nós, estão isentos de méritos ou culpas. Suas
atitudes foram determinadas pela superior inteligência do criador que anos, ao
contrário, concedeu o poder de decisão e, com ele, os méritos e
responsabilidades que dela decorrem. Seria como parabenizar ou culpar ao
maquinista do trem por acertar o trajeto, sendo que este foi determinado pelos
trilhos, sem que ele tivesse escolhas.
Assim, superada a
barreira da consciência, do livre arbítrio e da vontade, o homem começa uma
nova etapa evolutiva, distinta das anteriores, tornando-se sujeito a erros
pelos quais antes não era responsável. É natural, assim, que erre, como é
natural a queda, por vezes seguidas, tal como a criança que ensaia seus
primeiros passos.
A humanidade erra,
por seu baixo estágio evolutivo, assim como erra ao se cobrar demais. O
processo evolutivo não dá saltos. O erro é natural e, a partir do erro, dá-se a
evolução, esta sim, ocorrendo de forma diversa conforme as escolhas que
fizermos. Não se espera de nós a perfeição, mas que, diante do erro, o
reconheçamos, e com ele aprendamos a agir melhor. Este é o processo natural da
evolução, tanto nas áreas tecnológicas quanto nas humanísticas e éticas. Nestas
últimas, em especial, temos alguns entraves à evolução. Nosso pensamento no curto
prazo, nosso individualismo, nosso orgulho e a falta de percebermos a vida em
como um processo, nos retardam. A evolução da humanidade é coletiva, e só
progrediremos quando o mais atrasado avançar. Pensar só em si é perder a
perspectiva de que cada irmão infeliz e miserável que nos cerca retrata a nossa
incapacidade como ser humano. Seguir as regras e auxiliar o semelhante equivale
ao “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo” que Jesus
nos ensinou, já faz 2000 anos.
Trecho do livro
“Simplificando sua vida”.
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