A PÁSCOA – TEMPO DE RENOVAÇÃO
“Eu sou
o Senhor. Eu os livrarei do trabalho imposto pelos egípcios. Eu os libertarei
da escravidão e os resgatarei com braço forte e com poderosos atos de juízo. Eu
os farei meu povo e serei o Deus de vocês. Então vocês saberão que eu sou o
Senhor, o seu Deus, que os livra do trabalho imposto pelos egípcios. E os farei
entrar na terra que, com mão levantada, jurei que daria a Abraão, a Isaque e a
Jacó. Eu a darei a vocês como propriedade. Eu sou o Senhor" (Ex 6:6-8)
Deus prometera Canaã aos patriarcas. Tendo os irmãos de José
o entregado na mão dos Egípcios e este, por sua capacidade, conquistado posição
entre os egípcios, ficaram os judeus por lá, desfrutando de riqueza e
prestígio. Mudando, porém, o faraó, passaram a ser tratados como escravos.
Tendo o faraó medo deles, por serem mais fortes e numerosos, mandou que lhes
matassem os varões ao nascer (Ex 1:8-21). Escapou Moisés, em um cesto de vime,
sendo adotado pela filha do faraó, que não sabia quem ele era (Ex 2:1-10). Ao
crescer, acabou por ser o libertador do povo hebreu da escravidão sob o jugo
egípcio. Esta libertação, porém, não se deu sem dor. Por causa de seus erros e
da falta de fé, como a adoração do bezerro de ouro (Ex 32:4), precisaram vagar
sem rumo, no deserto, por 40 anos. Deus não os levou pelo caminho mais curto
para que não se arrependesse, diante das dificuldades e tornasse ao relativo
conforto da escravidão (Ex 13:17). Ainda assim se queixava e pensavam retornar
(Ex 16:3), preferindo a escravidão a passar pelas dificuldades. Apenas a
geração seguinte viu a terra prometida, mesmo Moisés morreu antes de ali entrar
(Ex 34:4-5). Deus não os abandonou, deu-lhes o sustento (Ex 15:25, 16:4), mas a
conquista foi pesada.
Nas nossas vidas também. Acabamos por adquirir hábitos,
calcados no erro, submetendo-nos ao que não seria o nosso destino. Abrindo mão
do que nos era de direito por erros e nos iludindo com ganhos materiais. Chega,
porém, o momento da cobrança. Ela é dura, e visa nos ensinar a não repetir os
erros. Ainda assim, erramos de novo e criamos mais sofrimentos. Quando parece
que Deus nos abandonou, lá está Ele cuidando de nós, resolvendo os problemas
que nos parecem insolúveis. Tal como os hebreus, muitas vezes só na próxima
geração (encarnação) terminam os nossos sofrimentos e retornamos ao nosso
lugar.
Reflitamos: de que valeu a traição dos irmãos a José? Acaso
não se tornou ele maior ainda do que era? De que valeu aos hebreus se demorarem
em terra estranha? Acabaram por serem escravizados pelos egípcios. O que
resultou da idolatria dos hebreus no deserto, senão a demora em chegar a seu
destino?
Pense no que a vida lhe oferece. Valorize, não queira mal ao
seu irmão por inveja. Não cobice o que é do outro. Deixe tudo para trás, quando
se encontrar escravizado por costumes estranhos a seu pensamento. Não siga
outro caminho senão o caminho de Deus, por maiores que sejam as promessas e
lembre-se de que Ele jamais o abandona. Confie em Deus diante da maior
dificuldade, pois ele purificará a água e lhe dará o alimento antes que
pereças. Abra mão de tudo o que não serve, ainda que lhe dê prazer, pois o
escraviza. Lance-se ao deserto, se for o certo, na certeza de que Deus não lhe
faltará. Não se desvie do rumo, balize-se na sua fé. Eis as lições que podemos
tirar da páscoa judaica.
Trecho do
livro “Simplificando sua vida”.
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