“Não penseis que vim
trazer a paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada. Pois vim causar
divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe, e entre a nora e a
sogra” (Mt 10:34-35)
Jesus, na verdade, veio trazer a paz ao mundo e aos nossos
corações, mas a implantação de qualquer mudança gera transtornos e divisões. É
como a cirurgia, que cura a doença, mas provoca dor e limitações no início.
Sendo impossível que todos o aceitassem de forma integral e instantânea, a
mensagem de Jesus provocou dissenção proporcional à sua importância na
sociedade da época, o que persiste ainda hoje. A parcela que detinha o poder,
por razões de fácil compreensão, retardou-se (retarda-se ainda) em adotar os
novos modelos, enquanto os pobres e estropiados ansiavam pelas mudanças. A
“isca para chamar a atenção eram os “milagres”, fenômenos que ainda hoje não
sabemos explicar. Curas, multiplicação de pães e peixes, acalmar as tempestades
ou andar por sobre as águas não eram os objetivos de Jesus, mas uma forma de
atrair a atenção e demonstrar o seu poder. Cada pessoa reagia de uma forma a
estes fenômenos e às pregações do Cristo, estas sim representativas do motivo
de sua peregrinação pelo orbe terrestre. Era comum vermos (e ainda o é) pessoas
de uma mesma família reagindo de formas opostas à mensagem de Jesus. Os
fariseus detinham o poder religioso, se beneficiavam disso e tinham um
comportamento externo bem diverso de seu conteúdo. Foram desmascarados por
Jesus e é compreensível que tenham reagido a ele. Roma via com desconfiança
toda e qualquer liderança surgida entre os judeus, com medo de uma rebelião. Os
ricos foram quase que proibidos de entrar no céu e, mesmo entre os pobres,
vários hábitos arraigados teriam que ser alterados, pois a moral cristã é bem
mais exigente do que a moral mosaica, até então vigente. Nada disso se faria
sem resistência, e a adesão era individual. Assim, dentro de uma família,
alguns foram tocados pela mensagem, enquanto outros reagem a ela, como, aliás,
até hoje ocorre. Graças à ignorância, ao orgulho e à ânsia pelo poder,
tramaram-se guerras, chamadas “santas”, que usaram a religião como desculpa na
busca por poder material. Assim, surgiram as Cruzadas contra os mouros
(muçulmanos), com a desculpa de retomar o poder sobre Jerusalém e, mais
recentemente, dentro mesmo do cristianismo, entre católicos irlandeses e
protestantes ingleses.
Apesar de o objetivo do
cristianismo ser a conquista da paz, tal como previu Jesus, sua implantação não
foi pacífica. Por óbvio, isso se deve às nossas imperfeições e à pouca
capacidade de compreensão, e não à mensagem em si.
Do
livro “A Filosofia na Bíblia”
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