segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

PERDAS E GANHOS DA VIDA MODERNA

PERDAS E GANHOS DA VIDA MODERNA
“Quem acha a sua vida perdê-la-á, quem, porém, perde a vida por minha causa achá-la-á” (Mt 10:39).
Em um passado cada vez mais distante das nossas lembranças, e que ainda persiste em lugares remotos e pobres, a vida era bem diferente da que vivemos. Pense na vida de seus avós, de quem vive no campo, bem no interior ou dos mais pobres de todos, em países da África, por exemplo. Sem internet, sem celular, sem TV a cabo, muitas vezes sem TV! Sem aparelhos elétricos ou eletrônicos que hoje não faltam em casa alguma, às vezes sem eletricidade ou água encanada. Dá arrepio só de se imaginar vivendo assim, não? As comodidades da vida moderna facilitam o nosso dia a dia e nos dão conforto. Poupam tempo e acrescentam opções ao nosso lazer. Porém, junto com elas veio uma busca incessante por ter cada vez mais, uma agonia em querer cada vez mais. É natural, pois tudo o que é agradável vicia e as indústrias que desenvolveram estas facilidades dependem disso para ter lucro. Esta ansiedade acaba nos roubando a paz e impedindo de usufruirmos deste prazer, muitas vezes. Em vez de ficarmos felizes pelo que temos, ficamos tristes por tudo o que não temos. Criamos falsas necessidades e trabalhamos cada vez mais. Apesar de que a tecnologia nos poupa tempo, não temos mais tempo para nada!
Já reparou que as pessoas mais miseráveis têm um ar mais feliz e tranquilo do que os ricos, sempre estressados e com medo de perder o que têm, angustiados em ter cada vez mais? Naquele lugar distante, seja no tempo ou no espaço, em que a vida era mais simples, as necessidades eram mais fáceis de satisfazer. Após um cansativo dia de trabalho, chegar em casa, reunir a família para a refeição, comida “de verdade”, todos juntos. A obesidade era rara. Ficar todos juntos, conversar, conviver, contar como foi o dia, trocar experiências, ouvir os filhos. No máximo um radinho ou uma pequena TV para se atualizar do mundo ou ouvir música. Depois, banho e cama, pois no outro dia, era correria. Dormia-se melhor, sem necessidade de remédios! O dia perfeito, o sono reparador e prontos para o novo dia. Hoje, ao contrário, a ansiedade muitas vezes nos aprisiona. Cada um come na hora que pode, um lanche que está longe de ser saudável (ou gostoso como a comida do fogão à lenha), a saúde se deteriora junto com a qualidade de vida. E come-se olhando para o celular! Depois, uma tela maior, seja o tablete, o computador, o notebook ou a smart TV de muitas polegadas. Não se conversa mais, pois atrapalha o outro. No máximo frases curtas, meras trocas de informações. Sabe-se mais da vida de quem está longe do que daqueles com os quais convivemos. É como um “diabetes emocional”.
As facilidades do quotidiano nos poupam tempo, mas, em vez de dedicarmos este tempo a nós e aos que amamos, dedicamos este tempo... “às facilidades do quotidiano”. O tempo que a lavadora de roupas nos salva não é dedicado a curtir aos que amamos, mas à tecnologia. É um contrassenso. Poderíamos unir as coisas boas de ontem e de hoje. Imagine o estilo de vida do passado com as facilidades do presente, não seria o máximo?
Augusto Cury, psiquiatra, pesquisador da mente e escritor disse se espantar com o fato de que temos dificuldade em nos entreter, apesar do desenvolvimento da indústria do entretenimento alcançar níveis nunca imaginados. Creio ser exatamente o contrário. O excesso de opções gera a insatisfação e a ansiedade. O diabético, por excesso de exposição ao açúcar precisa de cada vez maior quantidade de insulina para responder ao estímulo e nós, expostos a tudo isso, buscamos cada vez mais. É chamado pelo pesquisador de “fenômeno de psicoadaptação”. Se você tiver um bom mundo interior, não necessitará de tanto estímulo exterior para se divertir, mas o excesso de estímulos exteriores nos distrai do mundo interior. Cury chama isso de “síndrome da exteriorização existencial”. Esta necessidade de “ter” sempre mais, nos leva a “ser” cada vez menos. A busca do lucro leva a uma cultura frenética por novidades, e elas se sucedem tão velozes que sequer temos tempo de aproveitá-las. Sabemos cada vez mais sobre o mundo e menos sobre nós mesmos. Não nos permitimos “a arte de admirar o belo”, usando mais uma vez Cury como fonte.
Reduzir o nosso ritmo de vida pode nos dar o tempo para aproveitar o que temos e não usamos porque “não temos tempo”. Use a tecnologia a seu favor, não seja escravo dela. Lembre-se que a matéria é passageira, os valores espirituais são os que permanecem.
Trecho do livro “Simplificando sua vida”.
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