“Falava ainda Jesus à multidão quando sua mãe e seus irmãos
chegaram do lado de fora, querendo falar com ele. Alguém lhe disse: ‘Tua mãe e
teus irmãos estão lá fora e querem falar contigo’. ‘Quem é minha mãe, e quem
são meus irmãos?’, perguntou ele. E, estendendo a mão para os discípulos,
disse: ‘Aqui estão minha mãe e meus irmãos! Pois quem faz a vontade de meu Pai
que está nos céus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe’.” (Mt 12:46-50)
Parece estranho
ouvir estas palavras a sair da boca de jesus, que em outras ocasiões disse
ainda: “E todos os que tiverem deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos
ou campos, por minha causa, receberão cem vezes mais e herdarão a vida eterna.”
(Mt 19:29); “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim;
quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim” (Mt
10:37), (Lc 18:28-30), (Lc 14:25-27,33). Contrastam estas palavras com estas
outras: “Respondeu-lhe Jesus: ‘Por que você me pergunta sobre o que é bom? Há
somente um que é bom. Se você quer entrar na vida, obedeça aos mandamentos’. ‘Quais?’,
perguntou ele. Jesus respondeu: 'Não matarás, não adulterarás, não furtarás,
não darás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe' e 'Amarás o teu próximo
como a ti mesmo'". (Mt 19:17-19).
Se, por um lado, o Mestre
ressalta nosso dever para com quem nos deu a vida e nos cuidou, proibindo-nos
de desampara-los na velhice ou faltar-lhes com o respeito, por outro, ressalva
que as afinidades do espírito superam as do sangue. Se nossa parentela da carne
andar em meio ao erro, dela deveremos nos apartar, o que não implica em
desrespeito. Jesus tinha uma tarefa de transcendental importância para toda a
humanidade. Seus irmãos nunca tiveram papel relevante nesta tarefa, sendo mesmo
dito que nele não acreditavam (Jo 7:5). Sua mãe, exemplo de dedicação e
bondade, tampouco lhe dava testemunho, no que se refere à missão sublime.
Assim, estando ele falando ao povo, não poderia interromper a tarefa para
dedicar-se aos parentes de sangue.
No que toca à nossa
vida, também se aplicam estes conceitos. Devemos carinho, atenção, consideração
e assistência aos nossos familiares, mas jamais poderemos usá-los como
desculpas para práticas erradas ou para nos esquivarmos de nossas obrigações.
Há que se estudar as palavras de Jesus para entende-las, e ele sempre nos
disse: “Meu Reino não é deste mundo! (Jo 18:36). O Reino dos Céus transcende à
parentela de sangue, embora não a desvalorize. Se os pais nos deram o corpo
material, foi o Pai que nos criou a alma e, se este é passageiro, e aquela é
eterna, por óbvio a prioridade da vida está nas coisas do espírito, sem que por
isto deixemos de honrar o corpo a nós concedido para podermos aprender na
experiência carnal.
Do
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