segunda-feira, 1 de outubro de 2018

EMOÇÃO X RAZÃO

“quem te diz aonde ir é o coração, mas quem te aponta o caminho é a razão”
(autor desconhecido)
“a finalidade do espiritismo é fazer com que a mensagem de Jesus seja entendida, sentida e vivida por cada um de nós”
(José Carvalho)

            Temos, às vezes um falso dilema. Ouvir a voz da razão ou a voz do coração. Digo falso este dilema porque ambas têm sua verdade e nenhuma deve predominar sempre sobre a outra. Nas decisões da vida deve-se ouvir a ambas, predominando uma ou outra conforme a circunstância.
            Em assuntos mais práticos, objetivos e materiais, a razão predomina, mas o coração não pode calar-se. Em assuntos sentimentais, subjetivos e espirituais, predomina o coração, mas nem por isto prescinde do crivo da razão.
            “A virtude está no meio” é frase de sabedoria popular e coberta de razão. Sempre é melhor o equilíbrio. O homem é como um pássaro de duas asas, sentimento e conhecimento, representados às vezes por religião e ciência. Muitas lutas se deram na intenção de fazer uma predominar sobre a outra. Galileu foi uma de suas mais famosas vítimas. Ao desvendar os mistérios da gravitação universal fez com que a Igreja se sentisse ameaçada. Puro orgulho!
            A evolução do pensamento é impossível de ser detida. O homem busca e encontra cada vez mais respostas às suas perguntas sobre “o que somos, de onde viemos e para onde vamos”, bem como sobre os fenômenos naturais e os ditos “sobrenaturais” (os que ainda não entendemos).
            Por esta razão Jesus nos falava em forma de parábolas, permitindo que suas palavras contivessem vários níveis de compreensão e pudessem ser entendidas por todos, cada um dentro de seus limites.
            No início, sem conhecer nada, precisávamos acreditar em tudo. À medida em que vamos evoluindo, trocamos o “acreditar” dogmático (é assim porque me disseram e pronto) pelo “entender” crítico (deve ser assim, pela lógica e pelos indícios), chegando ao “conhecer” científico (eu sei que é assim, está provado). As próximas etapas são o “sentir”, quando o conhecimento ultrapassa a mente e entra no coração e o “viver”, quando, completamente entendido, conhecido e sentido, incorpora-se aos atos do dia-a-dia, tornando-se nosso hábito sem sequer ser cogitada outra alternativa, visto que está provada de forma incontestável e incorporada ao nosso ser.
Quando citamos no início do capítulo a missão do Espiritismo, em nenhum momento lhe conferimos exclusividade ou mesmo superioridade sobre outras doutrinas ou religiões. Sucede que diferentemente de outras, que foram “reveladas”, esta foi pesquisada, testada, intuída, experimentada por método científico, até por ter sido codificada por um cientista (o pedagogo Hypollite Léon Denizard Rivail, que adotou o pseudônimo de Allan Kardec para diferenciar seus estudos sobre os espíritos de seus trabalhos na área da pedagogia, na qual era respeitado escritor e pesquisador). Um de seus lemas era “é preferível rejeitar mil verdades do que aceitar uma única mentira”, o que traduz o espírito científico crítico e cuidadoso de seus estudos. Contém ainda uma caridosa dádiva de dar a cada um o seu próprio tempo de absorver as verdades, sem nada impor. Ainda citando Kardec, temos “caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto.” (Item 55 do cap. I de A Gênese [3]). Lição de humildade, pois aceita a verdade venha ela de onde vier. Não pretende ser a única fonte. Jamais praticou o proselitismo, respeitando as idéias de cada um. A religião não tem seu valor medido pelo número de adeptos, mas por sua capacidade de explicar, orientar e consolar aos que dela se valerem. Kardec nunca disse “fora do Espiritismo não há salvação”, pelo contrário, dizia sempre:” fora da Caridade não há salvação”. Com isto transformou ou melhor, “formou” o Espiritismo como ferramenta disponível a todos para auxiliar o entendimento da mensagem de Jesus, explicando supostas injustiças e desvendando antigos dogmas. Constituiu-se assim o tríplice aspecto da doutrina espírita como Ciência (ao estudar os fenômenos mediúnicos), Filosofia (ao propor regras de conduta baseadas na mensagem de Jesus) e Religião (ao reaproximar a criatura de seu Criador).
Trecho do livro “Simplificando sua vida”.
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