quinta-feira, 25 de outubro de 2018

TER OU SER

“Não somos seres materiais vivendo uma experiência espiritual, mas seres espirituais vivendo uma experiência material” (Teillard de Chardin)
Usando um batido chavão, vivemos em uma sociedade de consumo. Poucos de nós se preocupam em construir uma sociedade, ou mesmo uma vida de realizações. Antigamente, as pessoas eram avaliadas pelo que eram interiormente, hoje a avaliação mais usada é pelo que têm, pelo que são externamente, pelo poder que exercem. As causas são múltiplas e bem conhecidas, como os apelos da mídia, a propaganda, o esquecimento de valores morais, o egoísmo, a busca da satisfação instantânea e a disponibilidade cada vez maior de bens a serem consumidos.
É mais fácil adquirir um bem do que conquistar uma virtude ou superar um defeito. São mais visíveis a casa, o carro, a roupa do que as mudanças interiores. Mas, quanto mais temos, mais queremos. O que antes satisfazia, agora é obsoleto, imprestável. O sonho de consumo um dia era ter uma TV preto e branco. Passou a ser uma tv colorida, depois uma de 29 polegadas, depois, tinha que ser estéreo, depois, ser de plasma, LCD, ter home theater, ser 3 D, conectada à internet, 4K! Isto não tem fim! A insatisfação é a regra, pois a indústria quer que consumamos cada vez mais, gerando falsas necessidades. O computador que compramos ontem já está ultrapassado, já não roda o novo programa!
É a “obsolescência programada”. Tática de nos manter eternamente insatisfeitos e consumir cada vez mais., gerando lucros incessantes.  Quem não consome é criticado por estar “fora de moda”. É a “vingança do sistema para quem não lhe proporciona o lucro esperado. A roupa ainda útil é relegada ao fundo do armário ou descartada, pois não está na moda. E a moda não para de mudar. Repete ciclos, mostrando que o problema não é a coisa em si, mas o lucro.
Podemos mudar esta situação, que só serve aos interesses materiais dos poderosos e gera insatisfação permanente. Basta lembrarmos da satisfação que temos ao ajudar alguém, ao dizer ou ouvir um “muito obrigado”. As conquistas do coração não saem de moda. Jesus nos ensinava “Onde estiver seu tesouro, lá estará seu coração, e completava, aconselhando a não acumular tesouros onde a traça e a ferrugem roem e os ladrões desenterram. Dizia, por fim, que seu Reino não é deste mundo. Que quem quisesse segui-lo deveria abandonar seus bens antes.
Você crê no Deus criador ou no Deus do dinheiro? Não se pode servir a dois senhores, pois um deles estará sempre insatisfeito, ensina Jesus.  Escolha bem, pois sua felicidade depende disso.
Não se trata de descuidar das reais necessidades materiais. Nosso mestre também nos alertou a “dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, simbolizando que a matéria tem as suas necessidades. Trata-se de estabelecer hierarquias, prioridades e a nossa prioridade deve ser a nossa realidade permanente, espiritual, não a transitória, que é a matéria.
Independentemente de sua religião, todas elas pregam isso, a Terra é passagem, a Espiritualidade, o destino. Porque agir de forma contrária a esta realidade? O que somos, nos acompanha pela eternidade e ninguém, senão nós mesmos, pode retirar isso de nós, enquanto o que temos é perdido em um piscar de olhos, está à mercê dos outros e das vicissitudes da vida. Aliás, muitas vezes somos privados destes bens para darmos mais valor ao que somos. A riqueza é dura prova, a ponto de Jesus dizer que é bem raro o rico que merece entrar no Reino do Céu.

Trecho do livro “Simplificando sua vida”.
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