quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

AS PESSOAS NÃO SÃO DESCARTÁVEIS. DEVEMOS HONRAR NOSSOS COMPROMISSOS, SUPERAR AS DIFICULDADES






AS PESSOAS NÃO SÃO DESCARTÁVEIS. DEVEMOS HONRAR NOSSOS COMPROMISSOS, SUPERAR AS DIFICULDADES
“Também foi dito: ‘aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio’. Eu, porém, vos digo: Qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera
(Mt 5:31-32)
“...e se casar com outra, comete adultério” (Mt 19:9)
“Não separe, pois, o homem, o que Deus juntou (Mt 19:6)
A questão do casamento e do divórcio foi abordada em mais de uma ocasião por Jesus. Em todas elas ele reforma a norma vigente desde os tempos de Moisés, que permitia ao homem repudiar sua mulher, dando-lhe carta de divórcio. Diz que esta norma havia sido implantada, anteriormente “devido à dureza de vossos corações” (Mt 19:8). Diante destas palavras “Disseram-lhe os discípulos: se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar” (Mt 19:10). Jesus lhes responde: “nem todos são aptos para receber este conceito, mas apenas aqueles a quem é dado. Porque há eunucos de nascença, há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmo fizeram eunucos, por causa do Reino dos Céus” (Mt 19:11-12). Ou seja, Jesus declara ser preferível abster-se de casar se não tiver condição de lhe cumprir os ditames.
De todas estas leituras, observamos que Jesus preservava a estrutura do casamento, chegando a afirmar que só se lançasse a ele quem tivesse condições de lhe atender as responsabilidades, sob pena de perder o Reino dos Céus. Recomenda mesmo a abstinência sexual para evitar o adultério, ainda que reconheça que a falta de evolução dos homens é que torna admissível a norma do adultério, embora não a autorize. Destaca ainda, quando ressalva não poder o homem separar “aquilo que Deus juntou”, que há situações onde o casamento deriva de erro e, não devendo sequer ter existido, não deve ser mantido, caracterizando-se a exceção à regra. Persistindo este, persistiria o erro.
Feitos estes comentários, abordemos a regra.
Na nossa sociedade, durante muito tempo as pessoas que terminavam um casamento eram discriminadas (especialmente as mulheres), excluídos do convívio social, o que certamente era errado, mas coibia as dissoluções matrimoniais. Estes eram os “desquitados”, que não podiam casar de novo e, assim, eram considerados “um perigo aos casamentos”. Deste extremo passou-se ao outro. Com a instituição do divórcio e a aceitação por parte da sociedade destas pessoas, passou-se a banalizar o procedimento, destinado a correção de graves erros em uma relação. Passou a ser “normal” o divórcio, quase rotineiro. Por qualquer razão se desfaziam os casamentos, por meras divergências. Não valia mais a pena corrigir os erros. Em uma sociedade consumista e materialista, onde se banalizou a cultura do descarte dos objetos defeituosos, passou-se a descartar as pessoas, as relações, os compromissos e substitui-los por outros “novos em folha”, por sua vez também descartados depois de um tempo. Muito “moderno”, quase “chique”.
Sendo todos nós imperfeitos, como alcançar a relação perfeita? Impossível! Por outro lado, os defeitos de um estimulam o crescimento do outro, desenvolvendo a paciência e a tolerância, a capacidade de dialogar, de ceder. Os pequenos atritos da relação acabam por promover o aperfeiçoamento de ambos. Conviver implica em trocas. Ganha-se algo e perde-se algo, estabelecem-se prioridades. Ganha a tolerância, perde o individualismo. Aprende-se a dividir e a respeitar, enquanto se perde a impaciência. Assim, o casamento torna-se importante fator de crescimento moral, e não o palco onde se exercita a vaidade, enquanto se busca “desfrutar a vida”. O respeito, a admiração, o carinho, a cooperação, a tolerância aos erros do outro e aos seus próprios, o diálogo, o abrir mão, estas são algumas das ferramentas a serem empregadas nesta oficina, da qual sairemos todos melhores. Na outra alternativa, o individualismo, a vaidade, o orgulho, o “levar vantagem em tudo”, a lascívia, a intolerância, que nos conduzem na direção contrária. E sempre o nosso direito de escolher, mas a obrigação de arcar com as consequências.
Lembre-se, porém, que Jesus condenava o pecado, mas não o pecador!

Do livro "A filosofia na Bíblia"
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