segunda-feira, 5 de novembro de 2018

A RESPONSABILIDADE E A CULPA

A RESPONSABILIDADE E A CULPA
Somos todos inocentes” (Lucius)
A moral judaico-cristã das antigas religiões judáica e católica sempre se baseou na culpa. O medo de errar e ser castigado era o foco possível ao nosso estado evolutivo da época. Inicialmente, com Moisés, apresentou-se um Deus justo, mas punitivo e, até vingativo. O olho por olho – dente por dente. O inferno, os pecados capitais, o julgamento final, o apocalipse. Era necessário. Naqueles tempos, só o medo poderia impedir-nos de errar deliberadamente. Nossa capacidade de entender era ainda mais limitada e éramos incapazes de sentir a alegria de sermos bons como estímulo a acertar. Esta situação persiste ainda em considerável parte da população, razão pela qual estas religiões e outras afins ainda tem tarefas a cumprir na terra.
Num segundo momento, através de Jesus, veio a noção de Deus de amor, mas esta mensagem ainda não foi adequadamente assimilada pelo conjunto da humanidade. Um Deus de amor não pune nem condena, educa, orienta. Esta é a mensagem de Jesus, mal interpretada ainda devido ao nosso estágio evolutivo. Porém, parte cada vez maior da população desenvolve sua sensibilidade, tornando-se permeável a novas mensagens ou, melhor, a interpretar melhor esta mesma mensagem de Jesus. Considero a mensagem de Jesus como definitiva e completa, porque contém várias “camadas” de interpretação, podendo ser entendida de acordo com a nossa capacidade de entendimento.
Voltando ao assunto da culpa, depois de tantos anos ouvindo e repetindo a mensagem de condenação e punição diante do erro, é inevitável esta sensação depressiva de culpa, que tanto mal nos fez e ainda faz. Algo deve mudar, e é o nosso entendimento sobre o tema.
Considerando-se que Deus é justo e bom, é inaceitável a noção de condenação a penas eternas tipo inferno. Se nós, enquanto pais imperfeitos buscamos corrigir nossos filhos, às vezes com privação de coisas que eles gostam, mas que estão lhes fazendo mal, como imaginar que Deus não faça o mesmo, embora de forma perfeita?
Se um filho está jogando demais video-game e isto prejudica seus estudos, proibimos ou limitamos esta atividade, não para puni-lo, mas para educa-lo, permitindo que dedique mais tempo aos estudos. Ele provavelmente se sentirá castigado, mas nós sabemos que não é assim. A limitação visa provocar mudança de atitudes e crescimento.
Quem se sente condenado e punido, desanima. Quem se sente corrigido e orientado, tenta corresponder.
Quando a culpa bate, devemos nos lembrar de que Deus nos fez para rumarmos â perfeição, mas não inicialmente perfeitos. Os erros são inerentes à nossa condição humana atual. Diante de um erro, devemos inicialmente identifica-lo como erro, evitando “desculpas” para justifica-lo. Em seguida, analisar o que nos fez errar e modificar gradualmente nossas atitudes. No início é mais difícil, mas com o tempo acostumamos e a nova atitude se torna natural. “Somos todos inocentes”, diz Lucius, no romance de mesmo nome psicografado por Zíbia. No texto se esclarece que cada um age de acordo com suas convicções do momento, fazendo o que melhor lhe parece e é isto o que se pode esperar. Mas, se devemos nos “des-culpar”, ou seja, deixar de lado a paralizante e deprimente sensação de fracasso que nos imobiliza, devemos nos responsabilizar por nossos atos. Devemos deixar de lado o “desculpismo” de atribuir a responsabilidade aos outros. Somos inocentes, mas responsáveis. Não se espera de uma criança pequena o comportamento de um adulto, mas se espera que, com o tempo, evolua e mude seu comportamento, para que, chegando à idade adulta, aja como tal. Assim devemos olhar para nós mesmos. Sem culpa, mas com responsabilidade. Tudo o que acontece em nossas vidas é consequência exclusiva de nossos atos, mesmo os atos dos outros quando nos atingem. Depende exclusivamente de nós estarmos aptos a sermos atingidos por boas ou más energias, escolhendo nossos pensamentos, nossos atos, nossas companhias. Diante do erro, admita-o imediatamente, se possível. “Des-culpe-se” e aja. Faça mudanças, repare os erros e voltará a se sentir bem.
Trecho do livro “Simplificando sua vida”.
Publicado na Página www.facebook.com/diantedavida
Participe do nosso Grupo: www.facebook.com/groups/diantedavida
Junte-se à nossa Comunidade: https://plus.google.com/u/0/communities/103673859023828350714


Nenhum comentário:

Postar um comentário