sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

O QUE É LÍCITO, O QUE NOS CONVÉM E O QUE NOS PERDE

“Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que provém da boca de Deus” – Jesus (Mt 4:4)
“Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno” – Jesus (Mt 5:29)
“Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé? Portanto, não se preocupem, dizendo: 'Que vamos comer?' ou 'Que vamos beber?' ou 'Que vamos vestir?' Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas. Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas serão acrescentadas a vocês. Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal.” – Jesus (Mt 6:30-34).
Através da leitura destes trechos do Evangelho, e tantos outros poderiam ser citados, Jesus nos demonstra a primazia do espírito sobre a matéria, a transitoriedade desta última frente à perenidade do primeiro. É bem conhecido que o Mestre pregava que o seu reino não era deste mundo e que nos aconselhava a provisionar os tesouros “nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração.” (Mt 6:20-21). Demonstra nestas frases, em especial no segundo texto acima, que as necessidades materiais, se não forem bem administradas, nos colocam em risco a evolução espiritual, que é a que conta. São as chamadas “tentações”. Na verdade, naqueles momentos temos que fazer escolhas entre atender aos desejos da matéria ou à vontade do espírito.
No início, temos instintos, que prevalecem e prescindem de escolhas. Os instintos não nos levam a erro, pois vêm de Deus. A natureza material é soberana e promove a sobrevivência do corpo e da espécie. Instinto de sobrevivência preservação da espécie, de comer quando temos fome, etc. à medida em que evoluímos, aparecem as opções, surgem os desejos, o certo e o errado, a responsabilidade. Não só matamos a fome, mas escolhemos o que comer e, por vezes, escolhemos mal, castigando o nosso corpo e produzindo doenças. Não só preservamos a espécie, mas fazemos sexo por prazer e, às vezes abusando dele e da nossa companhia. É nestes momentos que a evolução começa a se dar de forma diferente entre os indivíduos, conforme as escolhas que fazemos. Trazemos dentro de nós a consciência para apontar o certo e o Livre Arbítrio, para decidir e, por isso, somos responsáveis por estas escolhas, cada vez maiores à medida em que evoluímos. A liberdade e a responsabilidade crescem em paralelo. Neste ponto surgem as opções que nos conduzem a privilegiar a materialidade, que dá resultados de curto prazo ou a espiritualidade, que nos conduz a resultados mais duradouros. Atender às reais necessidades do corpo é lícito e necessário, visto que ele nos foi concedido como casa temporária da alma, como instrumento para viver estas mesmas experiências. Ter prazer também é permitido, mas não a qualquer preço. Ninguém se fará mais evoluído por flagelar o corpo ou simplesmente abrir mão do que lhe dá prazer. São as escolhas que fazemos que nos conduzem. Ter prazer às custas do sofrimento alheio ou do prejuízo da nossa saúde é que se constitui em problema. Jesus não nos manda arrancar o olho, a não ser que ele seja a causa do nosso tropeço. Diante das escolhas que a vida nos oferece, devemos avaliar se é lícito e se nos convém. A primeira parte diz respeito às leis do mundo, a segunda às leis de Deus. Por exemplo, fumar e beber não infringem a lei dos homens, mas fazem mal à nossa saúde, enquanto a maconha e a cocaína, por exemplo, além disso são ilegais. Por vivermos em sociedade, temos a obrigação de acatar as leis, submetendo-nos a elas, mas, como vimos acima, nem tudo o que é lícito nos convém. Além da obrigação de cumprir as leis, temos o dever de escolher o que nos faz bem, não o que nos faz mal. Destas escolhas resultará a nossa evolução e, à medida em que evoluímos, mereceremos mais felicidade. Digamos que a escolha é entre semear a semente ou comê-la. Semeando dará frutos a seu tempo, enquanto comendo-a toda, teremos o prazer imediato e a falta no futuro. A vida se resume a isto: boas escolhas nos farão felizes, más escolhas nos darão prazer imediato e sofrimento no futuro.
Trecho do livro “Simplificando sua vida”.
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